Saturday, December 25, 2010

O Natal tem destas coisas (5 anos depois, o mesmo)














Era uma vez um rapaz, Joaquim Carreira de 10 anos, que vivia com mais 8 irmãos, em meados da década de 50, numa casa humilde para os lados da Batalha, Leiria.

Ao contrário dos outros irmãos, Joaquim Carreira, sofria de uma deficiência, em que deformara os seus frágeis membros esquerdos. Ao mesmo tempo que os irmãos iam crescendo normalmente, Joaquim cada vez mais ressentia dificuldades com o andar. Os pais, que infelizmente não tinham dinheiro para curar o seu filho, limitavam-se a vê-lo a habituar com a ideia de ser diferente dos outros.

Joaquim, não era um miúdo qualquer, tinha uma imensa força, tanto física como psicológica. Depressa conseguiu arranjar o seu tempo. O gado da família era por sua conta. Ainda hoje se conta na aldeia, as suas caminhadas de mais de 10 quilómetros num só dia com os animais.

Pouco tempo passa e as coisas complicavam-se ainda mais. Joaquim, perdera muito cedo a sua mãe. Com isso, teve que deixar a escola e trabalhar a tempo inteiro. Um trabalho pequeno aqui, outro ali. Com o seu braço esquerdo sem força, e uma perna quase sem movimentos, ia fazendo os seus possíveis.

Os anos vão passando e a família separa-se pouco a pouco. Alguns irmãos tentam ir para a capital, outros para Brasil, França, Alemanha. Joaquim, por sua vez ia ficando cada vez mais só. Ora passava uns meses na casa de um irmão, ora outros na casa de outro.

Certa altura, surgiu uma uma ideia de ir para um lar em Coruche, com a finalidade de conseguir ter um bom acompanhamento. E assim foi, Joaquim já com 40 e poucos anos, fora para o lar em Coruche.
Recordo muito bem, como se fosse hoje. Ainda não andava na escola e, cada vez que ia da minha terra, Algarve, para a terra natal do meu pai, Leiria. Coruche era paragem obrigatória.
Muito novo encarei o Joaquim, meu tio, de forma estranha. Tendo eu, na altura como passatempos, a televisão ou jogar a bola com os amigos. Ver o meu tio num lar de idosos em que por exemplo, tinha de partilhar o quarto com mais um idoso, que mais cedo ou mais tarde, acabaria por morrer, metiam-me imensa confusão.

Então o modo em que passava o seu tempo era incrível. Um dia normal, para ele, era ouvir rádio, corridinho de preferência, e ver os idosos a jogar as cartas. Tudo o que acontecia fora do lar, aparte das historias da sua terra e da família, passava-lhe completamente ao lado.
O seu crescimento parecia que tinha parado com a doença. Uma televisão, por exemplo, ja lhe metia confusão. Dava-me a sensação que vivia um passado presente, mas genuíno ao mesmo tempo.
Poucos eram os Natais que a família o trazia para as suas casas. Normalmente, era a família que ia ao encontro do Joaquim. O lar ja se tornava também a sua família, pelo qual todos os natais faziam grandes festas.

E tudo passava dentro do normal, até que um dia recebi uma notícia que me chocou bastante. Joaquim tinha de ficar sem uma perna devido aos diabetes. A sua perna deformada obrigava agora a que nunca pudesse andar. A sua volta matinal pela herdade do lar já não poderia ser feita como antigamente.
Incrivelmente os seus familiares que, acabaram de brigar entre si, juntaram-se em solidariedade com o Joaquim e compraram-lhe uma cadeira de rodas eléctrica.

Mais tarde, já no fim da década de 90, os diabetes de Joaquim, voltaram a fazer das suas. A sua outra perna, a sempre sã, também tinha de ser cortada. Nessa altura o seu andar, que era uma das suas poucas relíquias, teria de ser deixado para trás.
Então, as idas ao lar de Coruche já era uma obrigação para mim.
O seu olhar doce e o seu sorriso maroto já não era o mesmo. Após ter ficado sem pernas, Joaquim passara para sala de doentes, que tinha de partilhar com mais 5 idosos, pois era a unica sala do res-do-chão do lar. Os gritos de dor por parte desses mesmos idosos, provocavam-me imensa confusão. Por vezes até arrepios e, só me aptecia era saír dali. Mesmo assim, compensava imenso ir lá, pois era um mar de felicidade para ele. Até dava sempre uma volta pela herdade, querendo mostrar os seus dotes de condução na cadeira eléctrica aos familiares. Parecia uma criança com o seu brinquedo favorito.

Mesmo assim, o tempo não perdoa. No passado natal, tinha la ido, por acaso o vi bastante bem. Foi a última recordação dele vivo, que guardo na memória. Mas passado uns dias, precisamente a 4 de Fevereiro, meu dia de aniversário por coincidência, meu dia que fizera 21 anos (2005), morrera Joaquim.

Hoje ainda olho para a única recordação que tenho, com estima. Um barrete que eu tinha oferecido no último Natal. Segundo as funcionárias do lar, ele não largara um segundo que seja, pois era do seu sobrinho que gostava muito. Pouco tempo antes de morrer, fez questão que esse mesmo barrete me fosse entregue. Pena não ter sido usado muitas vezes…

Embora a morte tenho sido anunciada algum tempo antes, foi o fúneral que mais me sensabilizou até hoje. Não por haver imensa gente, não porque o tio que gostava imenso morrera, mas por aquilo que viveu.

Pena não poder ter feito nada mais.
A vida é mesmo assim e tem destas coisas...

Francisco Miguel Sousa
2010 - 5 anos depois do mesmo post.
O Natal não faz esquecer os mais queridos

Tuesday, December 14, 2010

Memorandum - 2010 (after 12 months of reflection and 3 posts of improvement)
















MEMORANDUM
(2010 - Final after 4 releases)


What you have seen, is your perspective...
Even you would have a twin, this twin would never understand your own way of looking the things. So, according to your perspective, you have to decide. And decision depends from you, nobody else. Feedbacks are all time welcomed and needed to decide. But you are the last one who owns your life.
Experience from the others are important and relevant, can touch you deeply, however the last voice of your own decision to say A or B is from you.

Life is life. We do not have other right? So Enjoy it!
If life is only one long travel, which you bought one way ticket since your first born cry second. Even you want to return, it never been the same look, same structure, same sensations. Sometimes better, sometimes worst, is always different.
In life travel, even you return, the own return is not allowed because it never been the same. Even you don't want, you are limited, and choosing your best way is truly important.
If your happiness is about choices or non choices, you need to have a multiple ways to get your own good destiny. Do not choose the one you like more or less, the one you are more passionable about or not. Choose what your heart is following, heart goes always right because goes to the most difficult option you can find in your live...
So, if is coming to a decision, you should not choose...
... what you like more.. or less ....
... what have feeling that is better for you.. or worst (even then you got wrong) ...
... just following your passions, talent, financial motivation or other reason...
... you SHOULD choose always the most difficult alternative that can find in your live, and fight for it.

In other way, open alternatives are always happening and provide you more capability to choose. More alternatives you have, happier you are on your chosen travel.
Open your ways but choose one and take a risk in which one is the most difficult to find in your live. Do not stay stopped, it never comes to anywhere.
Take the best shot and do not forget to live your travel, better then arrive is living the own travel...
Enjoy it every second.

Decisions brings responsibility. You are the responsible for everything around you.
Important: You should never blame others from their own decisions or non-decisions. If something happened from other part even in the other side of the planet, you should consider as your fault, because only in this way you can try something to change it.
Even a word or an act, if you decide to not do it, is your fault. Never from government, State, companies, institutions or even other people. Is your. Only in that way, you can move forward and try to change.
If you are persistent and you couldn't do anything, do never think that you could do it better.
It was not your fault, you did your maximum
.
"Dont' regret anything you do, 'cause in the end it makes you who you are"


And with your wrong decisions, smile, learn and try to do better after.
Do not impersonate any problem. I know is difficult, everyone is always doing it.
Instead of impersonating the problem, try to separate the problem from the people, personate the solution and transform it in action with all your efforts you have!
Looking back, sometimes when you think about failing, you just want to blame hardly yourself. But easily you should go rationally and conclude: "I did my best".
For better future, you have to feel that you are doing your maximum now. Are you? Yes. If not, you are loosing every day, minute, second to get your goals well reflect and thought.


Do not expect that luck will help you. Sometimes can not come. So do not be dependent from luck, be dependent from yourself and your results. If you don't have any result, you should feel that you are loosing it. You should feel since the very beginning you wrote down the goals.
Don't believe in luck, it doesn't exist. Lucky nothing more than an mental success probability that almost randomly happened. Almost, because you did the right step to get this success, you took a first step to achieve it. To increase your success probability, be at the right place in the right time, it never knows what can happen.

As you threat yourself well, you should threat the others with the same respect. With the same looking in the eyes as you look to the mirror. Even your hardest and strong enemy. Your hardest enemy is your best friend.
Great enemies are the ones that take your first little weakness as a chance to crash strongly you down. So, as in chess the best defence is your attack and the best attack is your defence, prevent yourself and eat all your enemies in your earlier breakfast. Always with ethic, conscience, transparency and morality.

When ideas comes, enemies will comes after it.
So if you are clear about your goals, fight for it, fight for your happiness, you deserve it!!!
You should be strict to get your reasonable, ethical and moral goals and threat an enemies with respect as enemies. Separate your enemies always from the issues that they creates, then kill the issues, your enemies got weakly after it.

Francisco Miguel Sousa

Sunday, December 5, 2010