Key by Key Letter by Letter Here I'm writing in front of my computer Single tool allowing to navigate so far So deep as my dreams can go through So high as my wings could fly to And then I imagine, I imagine...
Key by Key Letter by Letter Here I'm imagining in front of you Single lady allowing to dance so slow So strong as your courage can go through So intense as your eyes could look to And then I realize, I realize...
Key by Key Letter by Letter Here I'm realizing in front of life Single time allowing to move so fast So circled as the watch can go through So completed as the space could end to And then I desire, I desire...
Key by Key Letter by Letter Here I'm desiring in front of challenge Couple smiles allowing to live so happy So full as our connection can go through So great as our heart would beat to And then I wait, I wait for your answer...
Como sempre, escolho a dedo os locais de consumo.
Mais que um bom serviço tenho uma filosofia de saber com quem estou a contribuir. A quem acabo por distribuir a riqueza por mim conseguida, pelo meu tempo que não volta investido.
E assim foi, escolhi a Avenida de Roma, onde se encontra talvez um dos únicos cabeleireiros sobreviventes desde os anos 60.
Entre o "Boa tarde, dá para cortar o cabelo?" e "Como quer o seu corte de cabelo? Tem um excelente cabelo o senhor", nada de anormal. Uma troca de conversa banal, como as outras tantas que devem ter passado pelo Salão de moveis clássicos dos tempos ainda do "yeye".
Conversa puxa conversa, do cabelo vai parar a crise... Sim eu sei. A cada dia que passa tenho menos cabelo, mas não é de crise cabelo que me refiro...
"Isto vai mal não vai? As pessoas cada vez têm menos dinheiro, ninguém já se arranja nos dias de hoje. Só nesta avenida já existem 4 cabeleireiros e a fazerem cortes de cabelo a 5 euros, isto já não é o que era dantes. Mais de metade da minha clientela ou já saiu da zona de Roma, ou já faleceu. E a caminho vou eu também".
Resumido começou a injecção de negatividade, na sua verdadeira composição portuguesa qual eu já me encontro totalmente viciado e dependente.
“Então e o senhor, qual é a sua opinião?”
Atordoado com tal dose injecção, acabei por dar seguimento à conversa:
“Pois meu caro amigo, a minha opinião de nada lhe vale. Nem a si, nem a ninguém.
De que adianta lhe dizer que vive num país seguro, com bom clima à beira mar plantado, sem pestes, guerras ou pobreza extrema como vi em África, Ásia ou mesmo na América do Sul. De que adianta lhe dizer que o seu país lhe dá a liberdade de fazer imenso por tão pouco e o senhor não está a aproveitar as oportunidades.
Amigo, se lhe dissesse que perde o seu tempo a se queixar e depois não faz nada para mudar a sua situação, o senhor sentiria ofendido de nada adiantaria.
Se quer contar comigo para o ouvir e dizer que tem razão, deixo isso para os outros. Neste país de fado tristonho e saudosista, com certeza não lhe faltam clientes desses.
O nosso tempo por cá é escasso o senhor sabe disso melhor que ninguém, então amigo, aproveite-o e não espere por amanhã.
Eu nunca culpo os outros do meu insucesso. Se há alguem sempre culpado,serei sempre eu. E o digo a todos os que me rodeiam sem qualquer problema.
Pois olhe mexa-se, se não está contente faça qualquer coisa para mudar.
Amigo, Dom Sebastião não volta, mexa-se! O senhor é experiente e sabe melhor que ninguém na sua área como o conseguir. Tente sempre encontrar sempre novas ideias, partilhe com os seus clientes e operacionalize-as.
Lamento mas o dia de nevoeiro de Dom Sebastião não chegará.
Realize os seus sonhos faça sempre mais e melhor para os conseguir. E olhe, se não correr bem experimente de outra forma e faça-o 2, 3, 10 vezes mais. Mais importante que atingir ou não o seu objectivo é o quanto de belo teve a sua viagem.
Se o fizer, daqui a 3 meses quando voltar cá para cortar o cabelo, não tenho a menor dúvida que a sua conversa será diferente."
